Cobertura do Whow!
//////Festival de Inovação 2020
A INOVAÇÃO DISRUPTIVA E O FUTURO DAS EMPRESAS
O Whow! Festival de Inovação 2020, maior evento da categoria na América Latina, bateu recordes de palestrantes, incluindo keynotes internacionais e pitches de startups. O evento conectou o público brasileiro ao ecossistema de inovação global
Por Éric Visintainer
S TRANSFORMAÇÕES DIGITAIS FORAM ACELERADAS EM DIFERENTES SETORES DA ECONOMIA.E este processo, até então visto como de médio prazo, foi introduzido em semanas. O mesmo aconteceu com o principal evento de inovação para negócios da América Latina, o Whow! Festival de Inovação, que pela primeira vez na história aconteceu como uma experiência digital. A quarta edição, que foi realizada na segunda semana de novembro de 2020, bateu recorde de mentes brilhantes internacionais e nacionais, com foco em inovação disruptiva, para gerar ideias, inspirações e valor para todos os participantes. Mais do que simplesmente oferecer um conteúdo especial, capaz de abranger diversos aspectos que permitem a produção de inovação nas empresas, o evento se consolidou como o grande ponto de encontro de todos os agentes inovadores do País.
Desenvolvido a partir da parceria do Grupo Padrão com a 100 Open Startups, o Whow! Festival de Inovação 2020 teve uma plataforma pioneira com mais de 90 horas de conteúdo, três canais simultâneos, chats, possibilidade de agendamento de reuniões 1 a 1, para conectar startups, corporações e investidores, além de promover Speed Datings, fomentar negócios e oportunidades para os empreendedores participantes. Durante três dias, com a condução da mestre de cerimônia e comunicadora Regina Bittar, conhecida por ter sido a primeira voz do Google Tradutor e da Siri no Brasil, mais de 8 mil participantes tiveram acesso à inovação corporativa, com mais de 250 palestrantes, mais de 250 pitches de startups para mais de 300 investidores, um conteúdo com cerca de 75 temas na programação multiformato, unicórnios e seus cases, networking ativo, além de um salão de negócios, para conhecer e ativar oportunidades com empresas inovadoras, que somou mais de 13 mil conexões. Veja os principais momentos nesta cobertura completa do evento.
No dia 9 de novembro, um pré-evento, com a divulgação oficial do Prêmio Whow! de Inovação 2020 (que adiantamos para você na edição de novembro da Consumidor Moderno), trouxe debates sobre os resultados da avaliação e a participação dos executivos das principais corporações campeãs, que compartilharam o ecossistema de inovação nas empresas. Roberto Meir, CEO do Grupo Padrão, Daniel Domeneghetti, CEO da consultoria Dom Strategy Partners, e Iza Dezon, sócia-fundadora da Dezon Consultoria Estratégica, debateram os desafios relacionados ao mundo pós-pandemia. Para Meir, apesar da evolução no ecossistema de inovação brasileira, o País ainda não alcançou um destaque global. “Diversos países conseguem fazer a sistematização de uma inovação que se replica ao redor do mundo. A verdade é que não desenvolvemos ideias que ganharam o mundo”, comentou. Em ressonância, Domeneghetti apontou para o uso de modelos copycat – quando acontece o uso do mesmo modelo de negócio consolidado em empresas de outros locais – por startups no Brasil. “O fato é que temos empresas brasileiras que replicaram modelos desenvolvidos no estrangeiro. Não criamos nada”, disse o executivo. Já Dezon compartilhou a sua visão sobre a necessidade de discussões no comportamento da sociedade: “Precisamos rever os nossos hábitos, que vêm causando um grande impacto socioambiental.”
Na sequência, foi a vez de Jacques Meir, diretor-executivo de Conhecimento do Grupo Padrão e Clarisse Barreto, consultora da Hyper Island, abordarem alguns dos destaques dos cases das empresas mais inovadoras do Brasil que ingressaram no Prêmio Whow! de Inovação 2020. Barreto destacou o crescimento na quantidade de empresas que desenvolveram os seus próprios hubs de inovação, mas que também ocorreu uma “quebra nos muros” destas, o que possibilitou a integração com novos atores, com foco na inovação aberta. “Essas companhias entenderam que a inovação transcende a própria empresa”, disse. Ela também apontou para um aumento de inovações com o foco no cliente e a busca pelo encantamento. Um dos principais pontos que chamaram a atenção do diretor-executivo do Grupo Padrão foi o olhar das corporações além do dinheiro. “É interessante que as empresas não focaram o lucro absoluto. É preciso fazer parte da sociedade”, comentou.

“Todos nós temos um ‘descasamento’ de competências recorrente.”
Romeo Busarello
Vice-presidente de Marketing e Transformação Digital Tecnisa
Assista à divulgação oficial do Prêmio Whow! de Inovação 2020.
NOVO MINDSET NAS EMPRESAS
A abertura do evento contou com Nathan Schulhof, conhecido mundialmente por ser o inventor do MP3 Player. O inovador descreveu a sua visão sobre o futuro da inovação, no qual apontou a inteligência artificial como o principal fator aliado à tecnologia 5G. Ele também deixou um recado para os empreendedores, os quais, além de necessitarem de persistência, devem trilhar o caminho que amam. “Não se venda. Passamos de 8 a 12 horas por dia trabalhando. Por que, então, não fazer algo que amamos? Siga a sua paixão, siga o seu coração. Mesmo que seja um pouco doloroso, você não vai se arrepender”, disse.
A mentalidade empreendedora também apareceu nos posicio-namentos de outras grandes empresas nacionais e multinacionais representadas no Whow! Festival de Inovação 2020. “Todos nós temos um ‘descasamento’ de competências recorrente. Hoje, eu tenho um coração de estagiário, pois tenho a consciência de que o que me trouxe até aqui não é o que me levará ao futuro”, comentou Romeo Busarello, vice-presidente de Marketing e Transformação Digital da Tecnisa. Outra mudança de mentalidade está na necessidade da disseminação da inovação por toda a companhia, não a represando em uma única área, como falou José Cirilo, diretor-executivo de Marketing e Trade da Seara. “O papel de grandes empresas é trazer soluções da maneira mais fácil possível para que o consumidor as compreenda”, comentou. A opinião foi compartilhada pelo diretor de Inovação e Transformação Digital do Hapvida, Evandro Temperini, com foco na motivação dos colaboradores, para que queiram conquistar resultados melhores.

A quebra de paradigmas foi uma constante ao longo do evento e Danilo Rocha, vice-presidente de Recursos Humanos da Scania destacou o entendimento ao erro, quando há inovação nas empresas. “Temos uma cultura de empoderamento e autonomia, e de que vamos errar. E que o presidente vai errar. Precisa ter esta transformação para aceitar coisas diferentes e ter mais diversidade de opinião”, disse. Outra executiva de RH também detalhou um novo mindset organizacional: “Antigamente, na SKY, essa necessidade de controle das cargas horárias era muito grande. Isso não existe mais, pois se entende que é preciso monitorar a entrega e não os horários. Hoje estamos muito mais alinhados e até mesmo conhecendo mais sobre a realidade familiar e emocional dos colaboradores”, descreveu Simone Oechsler.
Uma outra forte mudança foi apontada por Jacques Meir, diretor-executivo de Conhecimento do Grupo Padrão: a ruptura das empresas com o passado. “A digitalização pressupõe que as empresas ganhem uma outra atmosfera para se tornarem imateriais”, disse. O keynote internacional Tomáš Studeník, inovador radical e hacker de cidades, que falou direto da República Tcheca, afirmou que as falhas vão fazer parte, se a busca por inovação disruptiva for o objetivo: “Sobretudo se você trabalha tentando achar soluções inteligentes e ideias inovadoras para o mercado, você não pode ter medo das imperfeições.”
E o vice-presidente de Clientes Multissetor da Atento, Luiz Urquiza, comentou sobre o período de mudanças, o qual está em andamento, e sobre os passos necessários para uma passagem menos turbulenta: “Isso tudo é um processo de transição e cabe a nós acompanharmos e aperfeiçoarmos as equipes para uma sociedade melhor e para empresas sustentáveis e com inovação.” Dentro desta vertente, Cecília Varanda, gerente de Transformação Digital & colíder da Garagem de Inovação na Unilever, aponta: “Às vezes, precisamos exercitar o desapego para que possamos construir novas experiências e novos legados.” Fabricio Lira, head de Data & AI da IBM, destacou também a necessidade do desapego em relação à forma de atuação anterior para liberar espaço para a inovação. “Nossa experiência até aqui traz alguns insumos importantes para que consigamos formular novas soluções, mas ela não é mais a resposta para os nossos problemas”, contou o executivo.

O tema da diversidade, e como ele está ou não presente na inovação disruptiva brasileira, também foi amplamente analisado. Para Tim Lucas, líder de Negócios da Hyper Island no Brasil, o foco maior no digital, causado em grande parte pela pandemia, também tem os seus benefícios, principalmente na pluralidade de pessoas para pensar em inovação nas empresas. “Ao trabalhar com times distribuídos, você pode incluir diferentes pessoas, de diferentes origens, com deficiências que impedem deslocamentos. Então, agora, com todas as ferramentas disponíveis, é possível incluir essas pessoas, promovendo mais inclusão. Aquele formato de reunião tradicional, todo mundo no mesmo espaço e na mesma sala, não é o melhor modelo”, comentou.
E Danielle Torres, sócia da KPMG, abordou o aspecto das pessoas transexuais no mercado de trabalho: “O que pessoas trans, ainda em 2020, passam no dia a dia é muito complexo. Não consigo imaginar que esse diálogo já tenha se encerrado. Ainda temos muita evolução pela frente.” Ainda sobre o tema, Mariana Peixoto, diretora de Diversidade na Coca-Cola Brasil, reforçou o trabalho de pavimentar o caminho para gerações futuras. “Estamos, hoje, desbravando espaços para outras mulheres no futuro. Acho que temos o dever de conscientizar as próximas gerações como profissionais e familiares para que se sintam confortáveis ao expressar quem são de verdade”, comentou.
“Ficamos apaixonados pelo que lançamos, mas é necessário dar espaço na esteira de inovação, para desta forma colher aprendizados e alavancar ainda mais as próximos versões.”
Carolina Sevciuc, head de Transformação Digital da Nestlé Brasil
“A única certeza na inovação que eu tenho é a de que vou errar ao longo do caminho.”
Otávio Thomé, head de Inovação do GPA
“E, hoje, quase não falamos de consumidores e sim de seres humanos, e vivemos uma era da assistência, de estar à disposição para alguém e com alguém.”
Tatiana Gracia, diretora de Marketing Excellence na Mondelēz Brasil
“O líder antigo centralizava a atenção e o protagonismo, só ele poderia falar sobre a empresa. Hoje, o líder precisa ser um promotor do protagonismo.”
Alfredo Soares, vice-presidente Institucional da VTEX
“É importante ter a mente aberta para o futuro, para as equipes remotas de alta performance se converterem em um híbrido, entre equipes remotas e presenciais de alta performance.”
Benito Berretta, managing director para as Américas na Hyper Island
A discussão aprofundada sobre o Pix, uma das principais novidades tecnológicas no Brasil em 2020, que poderá impulsionar novos negócios e até inserir mais pessoas ao sistema bancário, também teve espaço garantido no evento. No banco BMG, a novidade já era esperada e a empresa desenvolveu mecanismos para ter uma posição de destaque quando o anúncio fosse realizado pelo Banco Central. “O Pix facilita transações com dinheiro e isso vai nos colocar em uma condição de igual para igual em comparação com os grandes bancos. Esse foi outro movimento que nos pegou preparados, e estamos muito felizes com ele, pois temos certeza de que vai nos ajudar a crescer”, segundo Amanda Ituassu, diretora-comercial na organização.

Dados da Federação Brasileira de Bancos apontam para o crescimento contínuo no uso dos meios de pagamento digitais pelos brasileiros. “De acordo com um levantamento da Febraban, 63% das transações financeiras em 2020 ocorreram em mobile ou pelo internet banking. O mobile é o canal favorito dos brasileiros”, disse Amaury Oliva, diretor de Sustentabilidade, Cidadania Financeira, Relações com o Consumidor e Autorregulação na entidade.
As fintechs também estão de olho não apenas no Pix como também no Open Banking. E a participação de mais de mil empreendedores enriqueceu o assunto com diferentes produtos financeiros sendo abordados com as novidades no mercado financeiro. Uma delas foi apontada por Nathan Yoles, vice-presidente da WEEL. “Enxergo que o acesso ao crédito é um nicho que ainda tem muita transformação digital para passar”, afirmou. Wellington Alves dos Santos, CEO da Trigg, também comentou o aspecto da concessão de crédito aos brasileiros e como as startups do setor podem propiciar melhorias. “A velocidade das fintechs para analisar dados e compreender nichos específicos para a oferta de crédito é um papel fundamental, porque, do meu ponto de vista, o Brasil tem carência de crédito”, descreveu.

“Essa questão de que produtividade e home office não se combinam é mito.”
SKY
Confiança e falta de conectividade em todo o território nacional também fizeram parte do debate, como obstáculos para a disseminação do Pix e do Open Banking. “O grande desafio está na questão tecnológica; a inclusão bancária é consequência da inclusão tecnológica”, afirmou Rafael Valente, head de Novos Negócios de Produtos Digitais na Getnet. E Alexandre Álvares, head de Consumer Accounts da Neon, complementou: “Quando a gente fala de contas digitais, há dois passos: criar a confiança de deixar o dinheiro, que para o consumidor pode ser escasso, em uma instituição e ainda deixá-lo em uma instituição que não tem um prédio físico.”
Eduardo Braz, CDO da fintech Bom Pra Crédito, vê maior competitividade no setor com a entrada das empresas da nova economia. “Acho que, hoje, o que mais está mudando é o poder de escolha das pessoas. Se antes elas tinham que ficar em um dos cinco grandes bancos, hoje isso mudou, e os bancos digitais já têm um grande público”, comentou. Já o CEO da startup Conta Black, Sérgio All, descreveu a sua solução para o que entende como uma das principais dores dos usuários do sistema bancário: “Percebemos que o ponto nervoso estava no acesso e na comunicação do povo com os bancos tradicionais, então vimos que a chave estava na cultura da tecnologia.”
A especialista e pesquisadora em tendências e comportamento dos consumidores, Iza Dezon, ressaltou que o varejo deve ser muito mais do que uma loja: “Ele deve ser um encontro surpreendente que traga algo da marca e uma experiência dela que, realmente, seja disruptiva.” E, para possibilitar esta mudança, Alexandre Azzoni, sócio-fundador e CSO da Callflex, apontou uma nova tecnologia que está auxiliando o setor. “Sabemos que a inteligência artificial tem colaborado e ajudado muitas empresas a terem um bom atendimento e uma melhor experiência com o cliente,” descreveu. Por conta deste novo tempo que foi acelerado durante a pandemia, Wellington José, head de Customer Experience na Amaro, descreveu que os consumidores ainda tiveram as primeiras experiências de forma reticente. “O que notamos foram pessoas precisando de assistência para fazer essa primeira compra. Além disso, havia uma grande preocupação sobre a segurança dos dados delas e o quão idônea era a loja”, contou.
Já os executivos da Arezzo&Co e da C&A Brasil apontaram para a omnicanalidade como a chave para reter o usuário, que hoje possui mais ferramentas na hora da compra, conhecimento e formas de dispersão da atenção. “As empresas que conseguirem integrar os canais e fazer essa experiência de forma mais fluida possível – você entra, começa a pesquisar, monta um carrinho, chega na loja, vê o carrinho que você montou, a loja vê a compra que você montou, inclui um produto que não era do seu tamanho e busca em outra loja – sairão na frente”, contou Fernando Brossi, vice-presidente do Varejo na C&A Brasil. Rodrigo Ribeiro, diretor de TI na Arezzo&Co, acrescentou a necessidade de experienciar o contato direto com o cliente. “O segredo é entender a ponta, falar com o consumidor, viver a loja, mexer no estoque, fazer uma venda, conversar por WhatsApp com a cliente e aí, ao sentir isso na pele, será possível construir coisas fantásticas que de fato irão trazer algum valor”, ressaltou. O diretor-executivo de Conhecimento do Grupo Padrão, Jacques Meir, acrescentou: “Hoje em dia, criamos inovação com foco no cliente. Não mais trabalhamos da maneira antiga, em que um produto era desenvolvido e o cliente se convencia a utilizá-lo por conta de uma peça publicitária.”
NÚMEROS DO WHOW! FESTIVAL DE INOVAÇÃO 2020
(RECORDE) + DE 250 PITCHES DE STARTUPS
(RECORDE) + DE 250 PALESTRANTES, INCLUINDO KEYNOTES INTERNACIONAIS
+ DE 8 MIL PARTICIPANTES
+ DE 13 MIL CONEXÕES DE NEGÓCIO
+ DE MIL EMPREENDEDORES
+ DE 500 EMPRESAS LÍDERES
+ DE 300 INVESTIDORES
+ DE 90 HORAS DE CONTEÚDO DE INOVAÇÃO
+ DE 75 TEMAS NA PROGRAMAÇÃO
Nenhum outro setor foi tão bombardeado pela busca de novidades e informações quanto o de saúde em 2020. A crise sanitária global causada pela Covid-19, que se alastrou por todo o planeta, exigiu agilidade e diversas inovações no segmento. Mas será a inovação a cura que faltava para o sistema de saúde aqui no Brasil? Startups, entidades do setor e corporações responderam ao longo dos três dias de evento.
“Eu não acho que a inovação é a cura para o setor; ela é parte da cura. Tem muita coisa que precisamos curar que não vem da inovação ou da tecnologia, como processos, articulação público-privada, regulação e política público-privada”, disse Thiago Julio, médico e head executivo de Inovação Aberta do Grupo DASA. E Anthony Eigier, cofundador e CEO da healthtech NeuralMed, também foi crítico com a performance da saúde pública no Brasil, ao longo da quarentena: “Com a pandemia, ficou claro que, se o Sistema de Saúde não trouxer novas tecnologias, ele não conseguirá atender à população de uma forma aceitável, rápida e com a precisão que esperamos.”
Callflex
Para o também empreendedor e CEO da Hi Technologies, Marcus Figueredo, a coexistência de dois sistemas de saúde no País implica em dois universos distintos. “25% da população tem acesso a grandes laboratórios e há uma população que está à margem. A pandemia destravou várias tecnologias, como inteligência artificial, testes rápidos e telemedicina, que eram grandes debates. Para ter um sistema que funciona para todo mundo, teremos que ser abertos a novas tecnologias”, comentou.
Para superar os desafios trazidos pelo novo coronavírus, diferentes parcerias foram criadas e poderão ficar como legado do combate à atual pandemia, como exemplificou Carlos Gouvêa, presidente-executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial. “Com a Sociedade de Patologia Clínica e a Sociedade de Análises Clínicas, conseguimos uma discussão com a Anvisa para promover o acesso facilitado aos reagentes, para a entrada de novos produtos, mesmo que de forma provisória. Esta união de forças que serviu para a Covid-19 é, na verdade, um legado que poderá ser usado no futuro”, descreveu.

IBM
A saúde mental também viu um rápido crescimento nos últimos nove meses, seja por conta do isolamento social – para aqueles que puderam realizá-lo –, seja pela perda do emprego ou por conta do aumento na carga de trabalho com o home office. Assim, Gustavo Ottoni, médico, cofundador e COO do Cíngulo, aplicativo de terapia guiada totalmente digital, comentou na quarta edição do Whow! Festival de Inovação que o componente diversão pode ajudar quando a pessoa busca uma solução digital para um caso da recuperação psicológica: “Não adianta o remédio ser só efetivo nesse ambiente de tecnologia; tem que ser gostoso também. A pessoa tem que estar quase se divertindo enquanto se ajuda, senão fica difícil entrar nessa jornada.”
“Corpo são, mente sã”, diz o ditado. O aumento na importância da saúde física e mental também proporcionou uma maior atenção das pessoas ao que ingerem. Mas o futuro da alimentação será, de fato, no formato vegetal? Na BRF, o tema faz parte da estratégia corporativa, de acordo com Scheilla Campos, gerente de Inovação da marca. “Há, hoje, uma tendência na redução do consumo de carne animal. A BRF procura compreender e se adaptar às tendências do consumidor, portanto nos utilizamos da tecnologia e de parcerias de forma colaborativa para vislumbrar uma evolução no sistema”, explicou. “Sentimos que ainda há uma grande relação afetiva com a carne, mas com a tecnologia buscamos alterar essa visão e acostumar as pessoas à carne vegetal.”
Diretor-geral
Code7
Esta característica emocional atrelada à comida também está presente na foodtech chilena NotCo, uma startup dedicada à elaboração de alimentos veganos. “Nosso sistema alimentar não funciona mais, seja do ponto de vista do consumo de água doce, seja da geração de gás carbônico ou do gás metano. Ao mesmo tempo em que nossos padrões de consumo não são mais viáveis aos recursos do planeta, as pessoas amam o que comem”, observou Luiz Augusto Silva, presidente da companhia no Brasil.
As inovações na agricultura brasileira continuam ativas e, mais recentemente, o setor também se deparou o desenvolvimento do ecossistema de startups e um movimento de maior investimento em novas tecnologias, como comentou Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart. “Ao comparar com o exterior, o nosso ecossistema é diferente, está melhorando e passando da visão de competição para colaboração”, afirmou. “No começo, era uma energia que vinha só da gente; hoje existe o ecossistema. A gente chegou cedo nesse mercado e ouvia que a digitalização não iria acontecer e que a nossa empresa morreria.”
Algumas das principais startups unicórnio de dentro e fora do Brasil também fizeram parte dos mais de 250 palestrantes do evento. Rodrigo Silveira, vice-presidente de New Ventures no Gympass, contou como a empresa passou de um período com todas as academias parceiras fechadas para uma plataforma focada em bem-estar e aulas online ao redor do mundo. “O importante é que não queríamos abandonar a nossa missão principal, que é acabar com o sedentarismo. Então, era preciso pensar em como fazer isso com as pessoas em casa e as academias fechadas”, explicou. “O ponto mais importante era ter uma missão clara e não abandoná-la. É importante se apaixonar pelos problemas, pois, por meio deles, surgem grandes ideias que, quando são bem executadas, levam a grandes negócios e grandes resultados.”
No caso da Loggi, Ariel Herszenhorn, vice-presidente de Expansão da startup unicórnio brasileira, apontou que, mesmo durante um momento de instabilidade econômica no País, a empresa busca chegar aos 60 milhões de domicílios brasileiros. “Estamos conectando o Brasil e reinventando a logística com tecnologia. Hoje, o processo é baseado em rodovias e modais pouco desenvolvidos. Há uma possibilidade de repensar a logística e ter uma facilidade via mobile e trabalhar com automação, de forma escalável, com um modelo de negócio diferente, e com diferentes modais de entrega, para atrair uma eficiência de custo”, disse.
O CFO do iFood, Diego Barreto, foi categórico ao comentar o que a demora na digitalização do Brasil pode acarretar: “As empresas não podem ser aplaudidas nesse momento por estarem se digitalizando. Nesse momento de pandemia, temos que ser críticos. O Brasil tem a capacidade de digitalização há pelo menos dez anos e não ter feito isso, até agora, é um sinônimo muito claro que faz parte da velha economia”, apontou.
E algumas destas empresas da nova economia estão pensando em novas formas de liderança para desenvolverem a coragem para inovar.

“Antes, o candidato precisava estar em São Paulo. Agora, não importa mais onde ele mora. O que importa é se ele tem as ‘skills’ necessárias. Tem o fuso horário a ser levado em conta, mas, se a pessoa está comprometida, funciona,” comentou Fernando Vilela, head de Estratégia e Performance da startup colombiana Rappi. O vice-presidente Institucional do mais novo unicórnio brasileiro, a VTEX, Alfredo Soares, apontou a comunicação como um gargalo ainda presente nas empresas: “A performance não começa na hora em que bateu o ponto. O líder de alta performance se vale da clareza da mensagem que passa.” Já Augusto Lins, presidente da Stone Pagamentos, declarou passar cerca de 30% do seu tempo, todos os dias, conversando com clientes, para tentar entender as suas realidades. “É preciso investir em tempo para conversar com o cliente, pois ele acabou de experimentar um consumo digital nunca antes visto”, disse.
Startups unicórnio participantes
Gympass
iFood
Loggi
Rappi
Stone
VTEX
Outro keynote internacional no evento foi o Evangelista de Inovação Alberto Levy. Direto da Espanha, ele comentou que, como todo ser humano, carregamos a criatividade em nós e já nascemos com o poder de tomar decisões e transformar o mundo. “O que diferencia um grande empreendedor é a capacidade de aplicar seu conhecimento técnico e sua motivação pessoal da maneira correta para que essas ideias tenham frutos positivos”, disse na sua palestra. Outro congressista que participou direto de Madri foi Rafael Salazar, CEO da Gelt Giro, uma plataforma de dados sobre o consumidor. Ele destacou características necessárias atualmente para os empreendedores, dentro ou fora do Brasil. “A mensagem é que precisamos criar novas soluções, sermos ágeis e adaptáveis. Precisamos ouvir nossos consumidores e ter empatia por eles”, apontou.
No quesito pela busca de investimentos, Pedro Waengertner, CEO e cofundador da ACE e colunista no Whow!, comentou que o dinheiro deve servir como um propulsor do novo negócio, para que a expansão seja contínua. “O dinheiro age como um amplificador em uma banda de rock: sozinho ele não é suficiente. Você ainda precisa saber tocar os instrumentos, conhecer a teoria musical, conquistar um público e agendar shows”, descreveu. Maria Bueno, diretora-executiva da Anjos do Brasil, alertou para o preconceito velado que pode existir em alguns aportes. “Temos uma série de vieses inconscientes, e precisamos olhar para dentro de nós mesmos e encontrar formas de alinhar o capital com o propósito e a visão de mundo que desejamos deixar às próximas gerações”, descreveu. Hasani-Bilal Damazio, CEO & Founder na African Initiative, que atua entre a Guiné e o Brasil como investidor-anjo, descreveu como o processo de inovação precisa do Estado para se desenvolver. “Nos Estados Unidos, é papel das incubadoras irem até o estudante que deseja empreender e não o contrário, como uma forma de valorizar os jovens talentos. Não é possível criar um sistema inovador sem que o Estado apoie essas iniciativas”, disse.
O tema sobre os intraempreendedores, colaboradores que têm “visão de dono” e buscam desenvolver novas iniciativas dentro das companhias, também teve o seu espaço no Whow! Festival de Inovação 2020. “As grandes empresas estão passando por transformações de seus legados e cultura, e precisam trabalhar a cultura de inovação, despertando o espírito intraempreendedor nas pessoas”, disse Livia Brando, country manager da Wayra Brasil, hub de empreendedorismo e inovação da Vivo. E no quesito da inovação aberta, o relacionamento entre startups e empresas tradicionais, conforme destacou Juliana Glezer, gerente de Inovação e Portfólio da Nestlé Brasil, há a necessidade de sintonia entre as duas pontas. “São diferentes órgãos vibrando em frequências distintas. O maior desafio é orquestrar essas vibrações para que se abra um novo mundo de possibilidades”, comentou durante a sua participação.
Atento
“Hoje, ser digital significa atender os clientes tanto da forma ‘tradicional’, por voz, ou através de chatbots com inteligência artificial.”
Carlos Rudnei Dutz, superintendente-executivo BaaS do Banco Original
“A inovação deve ter um propósito ou ela perde todo o seu sentido. Ela nunca é um caminho final; é uma ferramenta para que cheguemos a algum lugar.”
Renata Freesz, gerente de Inovação na Klabin
“Afinal, ser simples é ser sofisticado. Temos uma geração que resolve tudo muito instantaneamente, que consome de forma multidisciplinar e simultânea muitos conteúdos.”
Jeferson Honorato, diretor-executivo do Banco Next
“Nós entendemos, hoje, que a inteligência artificial é, na realidade, uma inteligência aumentada, em que se pega a inteligência dos processos humanos e a aumenta.”
Felipe Mendes, general manager Latam na GfK
“A transformação digital da agricultura passa pela inclusão digital do agro. O produtor nem sempre tem smartphone ou usa aplicativo.”
Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart

Principais startups participantes
De cidades inteligentes até plataformas gamificadas para o engajamento dos colaboradores e aprendizagem médica, o evento trouxe cases de alguns dos novos produtos, serviços e modelos de negócios, ao redor do mundo, que estão baseados em novas tecnologias. No segundo dia do evento, um dos grandes destaques foi Jonathan Reichental, CEO da Human Future e ex-CIO do munícipio de Palo Alto, na Califórnia, localizado no berço do Vale do Silício. Especialista em smart cities, ele descreveu que: “Com novas tecnologias surgindo, as cidades vão começar a ficar diferentes. Teremos drones, robôs e vários dispositivos com inteligência artificial. E veremos o fim dos carros com motor de combustão. E isso irá remodelar totalmente as cidades, talvez até mesmo eliminando sinais de trânsito, já que os carros serão autônomos.” Mas, para boa parte das inovações atreladas às cidades inteligentes, o 5G precisará ter a sua infraestrutura completa. O presidente da Teleco, Eduardo Tude, alerta que esta capacidade ainda não é encontrada no Brasil. “Hoje, isso é feito, de modo geral, por ligações fixas de fibra, porque você precisa de uma banda grande e garantia de que os controles vão chegar lá, além de latência baixa.
Então, para ter câmeras em uma cidade e usar semáforos inteligentes, é necessário construir uma estrutura fixa que é cara e demorada”, explicou.
E, direto da Dinamarca, Isabel Froes, doutora brasileira em Digital Design, também abordou o tema das smart cities com o foco de que é essencial entender as dores dos habitantes, inclusive prever o que está por vir. “Algo que as pessoas não pensam muito a respeito, mas que é essencial para as smart cities, é que cidades não são feitas só de pessoas; as cidades são para as pessoas”, comentou. Em sua palestra, Roberto Dariva, diretor-geral na Code7, empresa do Grupo Connvert, apontou para as tendências que estas novas tecnologias vão impulsionar, com o decorrer dos seus desenvolvimentos. “O primeiro destaque é dos chatbots. Outras tecnologias que terão muita inteligência artificial serão o speech analytics – que está sendo muito utilizado por grandes empresas e a tendência é de ampliação – e as URAs”, disse.
Business Strategy
Robbyson
Startups e grandes empresas mostraram as diferentes facetas da gamificação no mundo corporativo. Fábio Pontilho, Gestor de Arquitetura de TI e UX da Konecta Brasil, descreveu como a GAMEK, uma plataforma de gamificação com foco no engajamento e na autogestão, foi criada durante um hackathon na empresa. “Por sorte, conseguimos lançar o produto justamente quando estava iniciando a pandemia. Depois de migrar centenas de colaboradores para o home office, precisávamos aplicar o modelo de gestão a distância, e o GAMEK foi decisivo nessa questão”, comentou. A automação de atividades por meio das ações de robôs digitais foi destaque no case da Robbyson, spin off da AeC. “Ninguém gosta de fazer trabalhos repetitivos, mas robôs gostam. Quantas coisas iguais ocorrem em um processo de atendimento com muitas pessoas? Este é um momento maravilhoso para utilizar os robôs como ferramenta ampla de observação, usando os dados coletados por eles e analisando-os sob uma perspectiva que somente os humanos conseguem fazer”, contou Laila Costa, Business Strategy da empresa.
E como juntar a realidade virtual com educação e gamificação? Vinícius Valukas, CEO e cofundador da startup MedRoom, explicou: “Quando trabalhamos com tecnologias VR, somos os senhores de todas as variáveis que estão ali dentro, sendo possível brincar com som, imagem, sensação tátil, qualquer coisa que manipule o leque de sensações do usuário”, disse.
As diferentes funcionalidades do blockchain também foram abordadas, como comentou Marcelo Sampaio, cofundador e CEO do Hashdex: “Da mesma maneira como a internet da informação deu liquidez e possibilitou contatos muito mais fáceis e imediatos, o mesmo ocorre dentro da internet blockchain”, explicou. A strategy advisor da Blockchain Academy, Juliana Sato, ressaltou que esta tecnologia ainda tem um caminho a ser percorrido para estar mais presente no cotidiano dos brasileiros. “Não podemos ignorar que é necessário um aculturamento da sociedade sobre o que é blockchain. Então, é simplesmente cedo pensar na evolução de um modelo de negócio, pois os atuais não estão, necessariamente, produzindo reais resultados”, disse.
“Quando o consumidor se sente inseguro, ele procura por uma espécie de santuário. Conforme este volta a frequentar locais públicos, estende essa busca para fora do lar.”
Luiz Arruda, head de WGSN Mindset
“A inovação é um acelerador [para solucionar os problemas na saúde], mas não dá para jogar tudo na conta dela.”
Thiago Julio, doutor e gerente de Inovação Aberta no Grupo DASA
“A digitalização é mandatória, porque o mundo se coloca em uma determinada estrutura em que é preciso flutuar por ele de uma forma muito mais dinâmica e acessível. Se você não for capaz de fazer isso, você está perdendo cliente.”
Diego Barreto, CFO do iFood
“Se o nível de complexidade do desafio é muito maior que a minha capacidade, vou me sentir ansiosa. Se for menor, entediada e apática.”
Graziela Di Giorgi, CGO da SCOPEN
“Se tudo der certo, a área de inovação não vai existir no futuro, porque ela vai ser muito natural no mindset das empresas.”
Livia Brando, country manager da Wayra Brasil
No último dia do evento, Andrew Funk, ex-sem-teto e atual presidente da organização Homeless Entrepreneur, e keynote internacional no evento, trouxe a reflexão para que cada um olhe para os demais moradores do seu entorno e comentou o que, para ele, ainda faz a diferença na falta de políticas aos moradores de rua. “A maioria deles [sem-teto] não votam, então eles não são representados. Se não entendermos as pessoas que moram em nossos países, coisas terríveis podem acontecer, como a pobreza e o terrorismo.”
O quesito da falta de adequações nos meios digitais, principalmente para pessoas com deficiência, também ganhou destaque ao longo do Whow! Festival de Inovação 2020. Simone Freire, idealizadora do Movimento Web para Todos, descreveu que, para ela, hoje, a maior barreira para a democratização da acessibilidade ainda é a falta de conhecimento da população. “O Brasil é um País de dimensões continentais e, a partir do momento em que saímos da nossa bolha, percebemos que as pessoas simplesmente não sabem como as coisas funcionam. Elas não sabem, por exemplo, que uma pessoa cega navega pela internet utilizando um leitor de voz. E o CEO da startup Hand Talk, Ronaldo Tenório, acrescentou: “A partir do momento em que as pessoas perceberem que estão perdendo algo pela falta de acessibilidade – no físico ou no digital – vão começar a mudar suas práticas.”
BRF
O country manager da Alexa na Amazon Brasil, Ricardo Garrido, compartilhou uma parceria que a empresa norte-americana realizou em solo brasileiro, com o intuito de conectar PCDs com a assistente de voz da companhia. “Começamos a procurar autoridades no assunto (como a AACD) e criamos o Prêmio Alexa de Acessibilidade, e convidamos desenvolvedores a pensar em novas skills para a Alexa que possam ajudar ainda mais na independência de pessoas com algum tipo de deficiência”, comentou.
+IA
Com a tecnologia 5G, a inteligência artificial mudará o mundo e, a partir delas, muitas inovações vão surgir rapidamente.
+CIDADES INTELIGENTES
Quando pensamos em smart cities e em como tornar nossas cidades mais sustentáveis, precisamos pensar em termos holísticos. Não é um tópico limitado e singular; é bastante amplo e complicado.
+LIDAR COM O ERRO
Não trabalhe com a ideia (preexistente) de perfeição para depois descobrir que o seu produto não está com seu público-alvo.
+PODER DA COMUNICAÇÃO
Todo empreendedor de sucesso é um bom comunicador, ao contar histórias de maneira cativante e defender suas ideias, a fim de agregar valor a um novo negócio.
+MUDANÇA
As empresas que estão presas aos mesmos valores de sua criação, de décadas atrás, estão erradas. Se o mundo mudou, você não pode manter os mesmos valores.
+SENTIDOS
A sociedade está mergulhando na Era da Emoção. Este é um novo momento sobre como estabelecer novas trocas, entre marca e consumidor.
+QUALIDADE DE VIDA
Hoje, se exercita a ideia de compaixão e da valorização da saúde mental. Há no mercado uma tendência de se promover o bem-estar.
+OLHAR PARA TENDÊNCIAS
Se for empreender, não foque as tendências atuais. Analise as tendências do futuro.
+FÍSICO OU DIGITAL
O Brasil é um País físico, apesar de usarmos o digital. No pós-pandemia, veremos um crescimento significativo do modelo phygital para trazer experiência, segurança e interação mais efetiva com os consumidores.
+ASSISTENTES VIRTUAIS
Os bots vão evoluir cada vez mais para conseguir entender textos livres e trazer respostas. A mesma coisa acontecerá com os robôs de áudio.
Cobertura do evento
Se você perdeu a inovação disruptiva apresentada durante o Whow! Festival de Inovação 2020, reveja a cobertura completa por meio do botão abaixo:
ranking de 2020 trouxe, mais uma vez, as empresas da nova economia que mais se destacaram na realização de inovação aberta com as companhias tradicionais. O anúncio oficial aconteceu ao final do segundo dia do evento.
Além do ranking geral das cem startups de maior destaque para o mercado corporativo, a 100 Open Startups também premiou outras 29 categorias.
A base de dados para o desenvolvimento da premiação vem a partir das startups e das empresas cadastradas na plataforma da 100 Open Startups. Neste ano, foram 13.177 startups e 2.825 companhias cadastradas. As startups precisam estar em estágio inicial, que é definido com faturamento ou investimento – até dezembro de 2019 para o ranking de 2020 – inferior a R$ 10 milhões, e elas precisam ter realizado open innovation com empresas que possuem mais de cem funcionários.
De acordo com Bruno Rondani, CEO da 100 Open Startups, o crescimento do ranking em 2020 mais do que dobrou em relação à edição anterior, o que evidencia o amadurecimento de todo o ecossistema. “A pontuação do ranking mede a quantidade e a intensidade dos relacionamentos firmados entre as startups e o mercado corporativo. Na edição deste ano, as startups somaram 34.677 pontos, contra 14.859 de 2019”, destaca.
VEJA A CLASSIFICAÇÃO COMPLETA DAS CEM STARTUPS BRASILEIRAS QUE MAIS CHAMARAM A ATENÇÃO DO MERCADO INTERNO:
ENCONTRO COM AS STARTUPS VENCEDORAS
Na semana do Whow! Festival de Inovação, como parte do valor a ser entregue às startups premiadas, foram organizadas 25 bancas avant-première, para as quais foram convidados representantes seniores das principais corporações e investidores interessados em cada um dos 25 temas para assistir aos pitches das startups premiadas.
O objetivo com esta ação foi convergir toda a atenção da rede para a geração de oportunidades de negócios e investimento às startups premiadas e, na outra ponta, que os participantes das bancas tivessem acesso antecipado às startups vencedoras, garantindo prioridade no agendamento de reuniões de Speed Dating com os empreendedores.
Houve adesão de quase mil convidados, entre corporações, fundos de investimento, agentes do ecossistema e investidores-anjo individuais para assistirem aos pitches das 251 startups premiadas. As bancas com mais público foram TOP 10 Artificial Intelligence, TOP 10 Productivity e TOP 10 Big Data.
Durante o evento, também aconteceu o maior Speed Dating do ano, com a presença de quase mais de 3.800 participantes, incluindo representantes das startups premiadas no Ranking 100 Open Startups 2020, além de corporações, investidores e demais atores do ecossistema.
No total, foram registradas 12.271 conexões iniciadas entre os participantes do evento, através da ferramenta da 100 Open Startups.