Bruno Rondani, CEO da 100 Open Startups
A UNIÃO COMO ESTRATÉGIA
A 100 OPEN STARTUPS IDENTIFICA AS DORES DAS EMPRESAS E INDICA STARTUPS QUE PODEM AJUDAR A SANÁ-LAS
POR MELISSA LULIO
É fato que, nos últimos anos, surgiram inúmeros novos negócios que buscam, cada um à sua maneira, eliminar dores do dia a dia – seja de uma empresa, seja de um consumidor. Alguns deles deram certo; outros não foram muito longe. Sentindo a necessidade de participar desse processo, grandes empresas decidiram inovar: ou adquiriram startups, ou desenvolveram novos negócios dentro de suas próprias estruturas, ou, ainda, contrataram essas jovens empresas.
Esse processo despertou a necessidade de criar conexões: as empresas precisavam das startups para sustentar novas ideias, enquanto as startups precisavam de clientes para realizar suas ideias. Assim surge a 100 Open Startups, modelo de negócio que proporciona um “match” entre empresas e startups, combinando necessidades e soluções.
“Com nosso método, envolvemos executivos para que eles mapeiem o que existe na área própria de interesse”, diz Bruno Rondani, CEO. Na base da empresa, há 9 mil startups cadastradas – o que, na visão do empreendedor, é suficiente para compreender as ideias do mercado.
A empresa que busca uma startup para solucionar uma dor precisa saber o que deseja ou o que precisa
Para entrar no processo, primeiramente, o executivo da empresa interessada em encontrar uma startup parceira precisa fazer o download do aplicativo da 100 Open Startups, conhecer alguns modelos de negócio e fazer avaliações. “A partir disso, a empresa lança desafios e encontra startups para solucionar o problema dela”, afirma. Depois, é feita uma busca ativa, com foco em realizar reuniões presenciais – seja nas empresas, seja nos chamados Speed Datings, eventos desenvolvidos justamente para que empresas e startups se apresentem umas às outras.
Porém, existe algo crucial nesse processo: a empresa que busca uma parceira para solucionar uma dor precisa saber o que deseja ou o que precisa. Com isso, Rondani revela que é feito um mapeamento das startups que podem corresponder a essa necessidade. “Existem diferentes categorias nas quais as startups se enquadram”, explica.
Ele aponta que, nesse processo de inovação aberta, é essencial que as startups também estejam dispostas a se adaptar à necessidade da empresa parceira – e é disso que surge o nome “open startup”. “É um processo de cocriação”, define. “São feitos ajustes mútuos, ambos têm de se conhecer, não é algo automático”. Por isso, é essencial também o engajamento da empresa.
ESTRATÉGIAS DE CONEXÃO
SÃO CONSIDERADAS QUATRO ESTRATÉGIAS DE PARCERIA ENTRE EMPRESAS E STARTUPS
Corporate development
Tem como objetivo estender o core business da empresa
Business partnership
Empresas se envolvem com startups para aprimorar seu core business
Support business
O envolvimento visa melhorar operações em atividades desconectadas do core da empresa
Ecosystem development
Empresas se unem a startups para desenvolver o mercado