SUSANN SCHRONEN
CEO da Berlin School of Creative Leadership
ENSINAMENTOS ZEN-BUDISTAS PARA UMA LIDERANÇA MENOS REATIVA
ENSINAMENTOS ZEN-BUDISTAS PARA UMA LIDERANÇA MENOS REATIVA
SUSANN SCHRONEN
CEO da Berlin School of Creative Leadership
SUSANN SCHRONEN
CEO da Berlin School of Creative Leadership
“Liderança não é apenas sobre dizer a alguém para fazer algo – é mais sobre fazê-lo você mesmo e deixar que as pessoas vejam o que você está fazendo, para então segui-lo”
Como parte do nosso programa de MBA executivo, todos os anos nossos participantes viajam para a Ásia, em uma residência intensa de duas semanas entre Xangai e Tóquio. Nesse período de imersão, são focos de aprendizado os negócios inovadores da região e as práticas de gerenciamento e as dinâmicas de mercado locais. Em Tóquio, uma das atividades mais especiais é um seminário seguido de uma sessão de meditação num templo zen-budista. Foi lá que o monge Rev. Ichido Uchida, diretor do Kojirin Zen Training Center, conversou com nosso grupo e trouxe algumas importantes lições para a prática da liderança:
CONSCIÊNCIA ALERTA
No zen-budismo, nós acreditamos que a vida cotidiana, de tarefas a trabalho e tudo o que fazemos, é parte do nosso treinamento. Muitos têm essa imagem de que a prática meditativa se refere a sentar em determinada postura, mas isso é apenas uma parte do estilo de vida Zen. Toda a sua vida, todo dia, tudo, é um treinamento Zen. Este estilo de vida Zen, no meu entendimento, é sobre manter um estado de mente calmo e continuamente observar suas ações e emoções. Em qualquer momento do dia, apenas pare e observe o que está acontecendo com o seu corpo e o que sente. Quanto mais conseguir manter esta consciência, melhor.
LEDERAR PELO EXEMPLO
Liderança não é apenas sobre dizer a alguém para fazer algo – é mais sobre fazê-lo você mesmo e deixar que as pessoas vejam o que você está fazendo, para então segui-lo. Liderar pelo exemplo. Mesmo no templo budista, o monge mais sênior lidera desta forma: ele faz e os outros acompanham.
ONDE A IMAGINAÇÃO, A CRIATIVIDADE E A INTUIÇÃO TÊM ESPAÇO PARA FLORESCER
Se você se sentar numa postura com o desejo de atingir determinado insight, ele não virá para você. Se você é muito direcionado pelos seus objetivos, eles dificilmente acontecerão. Eu sinto que quando você se desapega dos seus desejos – querendo se tornar mais criativo ou ter mais inspiração – é aí que a criatividade acontece. Você sai de um lugar de forçar um resultado para permitir que ele aconteça naturalmente. É como ter água em um copo: ao esvaziá-lo, você cria espaço.
Acredito que esta época de fim de ano e início de um novo ciclo seja muito propícia para estas reflexões e para revermos a cultura corporativa, o que funcionou bem este ano e o que pode ser melhorado. Este ano, falamos muito sobre analisar os passos dados pelas organizações, os aprendizados ganhos com os erros e as relações construídas com clientes e consumidores. Tudo envolve observação cuidadosa antes da ação e, em tempos de mudanças drásticas e respostas imediatas, o tempo requerido por uma análise mais fundamentada e criteriosa muitas vezes tem perdido espaço. Quis trazer estes ensinamentos budistas como um sopro de renovação para a nova década que se inicia e para repensarmos um pouco sobre a perspectiva acelerada dos nossos tempos. Afinal, você não precisa se tornar um monge para ter em mente o impacto de suas ações no mundo. Mas sempre poderá liderar pelo exemplo.
“Liderança não é apenas sobre dizer a alguém para fazer algo – é mais sobre fazê-lo você mesmo e deixar que as pessoas vejam o que você está fazendo, para então segui-lo”