mobilidade
Movimentações em direção ao futuro
Leandro Esposito, country manager do Waze, revela como a plataforma tem atuado durante a pandemia para continuar prestando serviços relevantes à comunidade e explica de que maneira as mudanças na mobilidade estão impactando o comportamento dos consumidores
Por Luiza Bravo
Quando o mundo parou, o Waze parou também. Para se ter uma ideia, a queda no número de quilômetros dirigidos em São Paulo no início da pandemia chegou a 72%. Ao mesmo tempo, a atividade econômica também pisou no freio. Os dados da plataforma mostram que a retomada está, de fato, acontecendo: os paulistanos estão voltando a se movimentar pela cidade em seus veículos, e a movimentação pela cidade está voltando à normalidade. Ainda assim, fica a dúvida: o que esperar dos consumidores, à medida que eles voltam a circular pelas cidades?

72%
FOI A QUEDA MÁXIMA NO NÚMERO DE quilômetros DIRIGIDOS NA CIDADE DE SÃO PAULO DESDE O INÍCIO DA PANDEMIA, SEGUNDO DADOS DO WAZE
CONSUMIDOR MODERNO – Quais são as principais mudanças no comportamento do consumidor provocadas pela pandemia?
LEANDRO ESPOSITO – Um ponto interessante que vimos foi uma forte necessidade de acesso à informação. As pessoas não sabiam se as lojas estavam abertas ou não, em determinado momento, então, havia uma demanda por informações básicas de operação. Outro ponto que estamos acompanhando são os modelos de drive-thru que, antes, eram restritos ao varejo alimentar. Percebemos também uma diferença na frequência de ida a lojas: escutamos de muitos parceiros que a frequência média dos consumidores diminuiu, mas o tíquete médio aumentou, porque o consumidor estoca para evitar a exposição com frequência. Então, o que percebemos como grande tendência é que a jornada de consumo – que antes começava quando o consumidor estacionava o carro no estacionamento da loja – está começando bem antes agora.
CM – Que iniciativas o Waze lançou nesse período para apoiar o comércio?
LE – Primeiro, entramos em contato com a nossa comunidade de editores de mapas, que são a espinha dorsal da nossa plataforma, para entender o que estava acontecendo em cada região e começar a criar medidas. Era muito importante que quem precisasse estar na rua tivesse informações assertivas. Depois, começamos a pensar no nosso papel em relação aos nossos parceiros. Construímos, dentro do Waze, um selo e uma alternativa de busca por drive-thrus. Negócios que são nossos parceiros podem ativar esse selo sem custo adicional. Por fim, também disponibilizamos uma série de treinamentos e conteúdos online para explicar as mudanças de comportamento que estávamos observando e dar dicas de como os varejistas poderiam se adaptar.
CM – Cada vez mais, as empresas precisam se adaptar ao contexto local para se fazerem relevantes. Como essas iniciativas estão ajudando a fortalecer a conexão entre o Waze e a sua comunidade?
LE – Boa parte do nosso esforço nesse momento foi estar junto da comunidade para ter nossos mapas construídos e transmitir informação relevante. Para isso, junto à nossa comunidade, mapeamos hospitais e postos de saúde, para que eles fossem indicados dentro do mapa caso alguém precisasse de atendimento. Temos focado muito a tradução de informações relevantes para o consumidor, além de ajudar os negócios a passar por essa fase de restrições. A essência do Waze é a prestação de serviço.
CM – Como fica a mobilidade urbana nesse cenário e quais são os seus impactos sobre as novas formas de consumo?
LE – A necessidade de se deslocar do ponto A ao ponto B vai continuar existindo, mas as pessoas vão, pouco a pouco, se adaptar e procurar soluções levando em conta fatores como qualidade e acessibilidade. Esperamos que haja uma revisão sobre essas “soluções de mobilidade”, incluindo a questão da multimodalidade. Hoje, ainda pensamos nisso muito sob a ótica da saúde, mas é preciso pensar também em seus impactos econômicos.
CM – O que esperar do consumidor no pós-pandemia?
LE – Uma situação de ruptura como essa faz com que as necessidades do consumidor mudem. Acreditamos que o nível de exigência para algumas coisas será, de fato, muito maior, e que essa lógica da omnicanalidade está realmente se consolidando. Os negócios vão precisar entender qual é a sua proposta de valor e qual vantagem entrega para o consumidor nesse momento sensível e de questionamento de hábitos.