BILL FISCHER
Professor de gerenciamento de inovação do IMD
O SEGREDO PARA INOVAR?
PERDER O CONTROLE
O SEGREDO PARA INOVAR?
PERDER O CONTROLE
BILL FISCHER
Professor de gerenciamento de inovação do IMD
BILL FISCHER
Professor de gerenciamento de inovação do IMD
“O segredo real da inovação não está apenas em ouvir o consumidor, mas em verdadeiramente permitir que a experiência dele assuma o comando da sua agenda de inovação”
Todas as práticas inovativas de hoje em dia começam com uma abordagem de fora para dentro na experiência do cliente. O design thinking – que mudou completamente a maneira como pensamos sobre inovação – começa com uma “observação empática do consumidor”: entender a vivência dele por meio de uma observação cuidadosa dos problemas justapostos à sua jornada, essa que clama por um aprimoramento.
A lógica dos modelos de negócio atual insiste em uma proposta de valor articulada como a descrição do consumidor de “vagas a preencher”. Mas, embora saibamos que escutar o consumidor é sempre útil, é importante reconhecer que os consumidores possam ser “conspiradores antimudanças”. As empresas de B2B, na maioria, me contam que, quando trazem a ideia de autodisrupção, são persuadidas a não mudar com frases como “Mantenha tudo como está; apenas deixe as entregas um pouco mais rápidas” ou “Você poderia abaixar o seu preço?”. Conselho ruim!
Eu acredito no “de fora para dentro” como um artigo de fé na nova mentalidade de inovação, mas isso não termina com uma exclamação. “O quão longe você está disposto a ir para mudar como você organiza e faz negócios ao se comprometer com a experiência do consumidor?”. No fim, qual é a utilidade de observar o consumidor de forma empática se você substituirá as necessidades dele por sua própria linguagem? O segredo real da inovação não está apenas em ouvir o consumidor, mas em verdadeiramente permitir que a experiência dele comande sua agenda de inovação.
É o reconhecimento de que nenhum de nós realmente sabe o que virá a seguir, ou seja, o direcionamento de inovação atual é um erro. Em vez disso, precisamos facilitar a criação de experimentos baseados na observação do consumidor e sentir como o mercado está respondendo a eles para decidir se o melhor é seguir em frente ou recuar. Isso significa olhar mais para os “pré-tótipos” do que para os “protótipos”. Significa perder o controle.
Minha experiência diz que as organizações movidas por indivíduos ambiciosos e talentosos, que passaram suas carreiras acumulando poderes, particularmente, terão dificuldade em encorajar estes mesmos executivos poderosos a abdicar do poder. Mas eu acredito que esse seja o real segredo para o sucesso em inovação: menos controle.
“O segredo real da inovação não está apenas em ouvir o consumidor, mas em verdadeiramente permitir que a experiência dele assuma o comando da sua agenda de inovação”