CAIO BLINDER
Jornalista e um dos apresentadores do programa Manhattan Connection da GloboNews
O PRODUTO
BOLSONARO
O PRODUTO
BOLSONARO
O PRODUTO
BOLSONARO
CAIO BLINDER
Jornalista e um dos
apresentadores do programa
Manhattan Connection
da GloboNews
CAIO BLINDER
Jornalista e um dos
apresentadores do programa
Manhattan Connection
da GloboNews
Os consumidores brasileiros decidiram arriscar a compra de um novo produto. Agora, é a hora de ver se a novidade Bolsonaro funciona. A compra foi feita por exclusão. Os consumidores foram descartando vários produtos, desiludidos com sua eficácia, péssimo serviço de relacionamento com o cliente e falcatruas dos fabricantes.
Houve um esforço desesperado de alguns dos velhos fabricantes para permanecer no mercado. Alguns produtos, já com prazo de expiração, trocaram a etiqueta de validade e foram reempacotados. No entanto, há um limite para ludibriar o consumidor.
Sem dúvida, esses produtos reempacotados tinham inaceitáveis defeitos de fabricação, a destacar um chamado PT. Imagine, o dono da fábrica que deslanchou o produto foi para a prisão. Aí, este magnata (ex-operário) investiu numa gerentona. Foi um fiasco. Ela foi demitida (tecnicamente falando, impedida de seguir na função). Em um último esforço, o magnata-presidiário inventou um produto que era uma espécie de poste chamado Andrade. Outro fiasco.
Produtos que num passado não muito remoto tinham-se comportado com afinco e pareciam modernos também decepcionaram os consumidores depois de uns tempos. Em novas versões, havia componentes suspeitos ou simplesmente desengonçados. Se a gente fizer uma analogia com o pássaro tucano, poderíamos dizer que este produto foi desbotando e perdendo as penas. Acabou com uma cor de chuchu e não teve jeito. Saiu de circulação.
Havia também um produto que era meio esquisito. Se o consumidor desse corda, ele soltava palavrão e agredia. Não está fora de circulação, mas foi colocado em quarentena.
Bem, vendo tudo isso no bazar eleitoral, os consumidores decidiram comprar este Bolsonaro. Trata-se de um produto que também solta palavrão, mas faz questão de bater continência é e um favorito no mercado evangélico. A campanha promocional dele foi incrível, nada do formato tradicional para lesar o consumidor. Foi uma venda de guerrilha, através de redes sociais, cristalizando que o marketing velho de guerra já era.
Este produto pode ser novidade na praça brasileira, mas não chega a ser uma surpresa estarrecedora no planeta. Existem similares no exterior, a destacar um nos EUA que veio em cor laranja. O nosso produto nacional (verde-oliva), apesar de todo o discurso nacionalista do produtor, faz questão de se considerar uma espécie de filial brasileira, não perdendo a oportunidade de elogiar a mercadoria americana.
Bolsonaro, sem dúvida, é revigorante num mercado com tantos produtos gastos e ultrapassados, para não dizer adulterados. O consumidor clama por algo novo e autêntico. É verdade que a novidade carece de refinamento e, como as expectativas são muito altas, é possível que ela rapidamente decepcione o consumidor.
Mas, são os riscos da vida. Afinal, vivemos em uma era de livre mercado e de livre escolha. Este produto Bolsonaro vai precisar mostrar serviço a toque de caixa, pois o consumidor é cada vez mais exigente e impaciente. Se decepcionar em breve, pode até acontecer o recall.
“Este produto Bolsonaro vai precisar mostrar serviço a toque de caixa, pois o consumidor é cada vez mais exigente e impaciente”