QUAL É O SEU POTENCIAL DE INOVAÇÃO?
INTEGRAR TECNOLOGIAS, PLANEJAR E ENVOLVER COLABORADORES SÃO ALGUNS DOS SEGREDOS DAS EMPRESAS MAIS PREPARADAS PARA A INOVAÇÃO. VEJA QUEM SÃO ELAS
POR ALINE BARBOSA E JADE CASTILHO
Inovar é gerar dinheiro novo. “Se isso não acontece, não é inovação, é novidade”, diz o consultor em inovação sistemática Clemente Nobrega. Para ele, é preciso que a empresa gere lucros e receitas com algo que não fazia parte do seu processo de trabalho. Mas, afinal, como a inovação pode ser usada de forma estratégica para os negócios? Para Gary Hamel, um dos fundadores da Strategos, consultoria americana de gestão sediada em Chicago, um dos mitos da inovação é considerar que grandes ideias já começam com grandes promessas. “É preciso se perguntar: Que percentual de imaginação da minha empresa estou explorando? Quantos dos meus funcionários podem dizer: também sou responsável pela inovação?”, diz Hamel. Ele reforça, ainda, que um dos segredos do sucesso é ter muitas ideias, que começam pequenas e ganham corpo mais tarde.
A seguir, você confere as empresas mais preparadas para inovar. De acordo com o estudo “Mais Maduras em Inovação”, da E‑Consulting, as companhias que quebram o conceito preestabelecido do seu modelo de negócio são as mais propensas a inovar. Aqui, Daniel Domeneghetti, autor do estudo e CEO da E‑Consulting, explica os três tipos de inovação levadas em consideração no levantamento. “A inovação de ruptura é aquela que muda um mercado, a economia. A Uber, por exemplo, é uma inovação de ruptura, porque mudou a forma como os táxis trabalham. A de incremento é aquela em que você dá um passo em algo, se diferenciando. A Vivo fazia atendimento via SAC e agora utiliza sua assistente de voz, a inteligência artificial Aura. Mas ela não está mudando o setor e sim o canal, a forma de fazer, apesar de continuar fazendo atendimento. Já a inovação de agregação é quase uma ‘não inovação’. É o que no mercado não é mais considerado inovador, mas na sua empresa é, por se tratar de algo que você não tinha”, diz o executivo.
“A MANEIRA MAIS ELEGANTE DE DEFINIR O CONCEITO É QUE INOVAÇÃO SERIA A GERAÇÃO DE VALOR NOVO. SE ISSO NÃO ACONTECE NÃO É INOVAÇÃO, É NOVIDADE”
METODOLOGIA
O estudo desenvolvido pela E‑Consulting considerou entrevistas com clientes, consumidores, analistas e especialistas para elaborar um índice de maturidade de inovação em empresas nacionais e internacionais. Para isso, foram atribuídos alguns critérios de ranqueamento, divididos entre tangíveis – perceptíveis aos olhos do consumidor – e intangíveis – relacionados à percepção do público envolvido na geração de valor e produção.
Entre os conceitos, foram delimitados a percepção dos stakeholders, o reconhecimento do público através de premiações e a análise de contatos nas redes sociais das marcas. O crescimento relativo à concorrência, com análise comparativa de faturamento; o volume de lançamentos de produtos, canais, plataformas e serviços com o advento da tecnologia no mercado e o investimento em gestão de pessoas; e infraestrutura, processos e lideranças dedicadas à inovação foram outros tópicos levados em conta.
A partir dos parâmetros estabelecidos, os 3.600 entrevistados precisaram classificar as empresas como inexistente, irrelevante, presente, relevante e referência para os seus clientes diretos. Já para os aspectos imperceptíveis ao consumidor, os respondentes avaliaram as companhias como inovação inexistente, iniciante, mediana, diferenciada e benchmark. Cada critério e atribuição conferiram às empresas uma nota de 0 a 10.
Ao fim da análise, foram escolhidas como maduras em inovação as 25 primeiras colocadas de cada setor, como tecnologia, bens de consumo duráveis, beleza, seguros, varejo, entre outros. Confira:
TIPOS DE INOVAÇÃO
INOVAÇÃO DE PRODUTO:
são modificações nos atributos do produto, alterando a forma como ele é percebido pelos consumidores
INOVAÇÃO DE PROCESSO:
trata das mudanças no processo. Não gera, necessariamente, impacto no produto final, mas produz benefícios em seu desenvolvimento, geralmente com aumentos de produtividade e redução de custos
INOVAÇÃO DE MODELO DE NEGÓCIO:
considera mudanças na forma como o produto ou o serviço é oferecido
INOVAÇÃO INCREMENTAL:
reflete pequenas melhorias em produtos ou em linhas de produtos. Geralmente representa pequenos avanços nos benefícios percebidos pelo consumidor. No entanto, não modifica de forma expressiva a forma como o produto é consumido
INOVAÇÃO RADICAL:
representa uma mudança drástica na maneira pela qual o produto ou o serviço é consumido
Fonte: E‑Consulting
MELHORES EM POTENCIAL DE INOVAÇÃO POR SETOR
1º Google
2º Apple
3º Nubank
4º Netflix
5º Magazine Luiza
6º Hospital Albert Einstein
7º Nike
8º Santander
9º Natura
10º Starbucks
Google aposta em ações que promovam o desenvolvimento dos funcionários em prol de iniciativas positivas à empresa
1. GOOGLE
SEM FÓRMULA PARA INOVAR
Não existe receita pronta quando o assunto é inovação. Esse talvez seja o segredo do Google, a empresa mais madura nesse quesito segundo o estudo da E‑Consulting. Isso porque a experiência é baseada na criação de um ambiente aberto, com contratação de colaboradores diversos, com liberdade e autonomia. Não à toa, o Google anuncia novos produtos e funcionalidades constantemente e assume a missão de organizar as informações do mundo e torná-las universalmente acessíveis e úteis. De acordo com Flávia Verginelli, diretora de Produtos e Soluções do Google Brasil, tornar a inovação consolidada na organização é parte valiosa do modo como as pessoas pensam, atuam e interagem. “Encorajamos nossos funcionários a passar 20% de seu tempo trabalhando em projetos com os quais acreditem que poderiam beneficiar a empresa de alguma forma”, diz ela. “Nosso segredo é refletir, todos os dias, o quanto somos relevantes para nossos usuários e clientes e como eles podem usar nossos serviços para que suas vidas sejam mais simples e fáceis e para que seus negócios cresçam”.
Apple se prepara para abrir concorrência também no mercado de streaming com o lançamento da Apple TV+
2. APPLE
A GIGANTE EM FORMATO DE MAÇÃ
Impossível definir o conceito de inovação sem resvalar na gigante criada por Steve Jobs nos anos 70. A empresa americana, que revolucionou a era dos computadores pessoais com os tradicionais Macs, também é uma das mais poderosas do mundo em valor de mercado. Ficou na segunda posição no ranking mais recente elaborado pela consultoria britânica de estratégia de negócios Brand Finance com cifras que superam os US$ 153 bilhões. Vanguardista, provocou uma verdadeira revolução tecnológica e levou consigo milhões de consumidores ávidos por novidades. Lançou os iPods e a loja virtual iTunes e mudou de vez o mercado digital musical. Fundiu o device na forma de um aparelho celular para criar o Iphone e popularizou a indústria das superfícies sensíveis ao toque e, posteriormente, o reconhecimento facial. Sem falar das câmeras de última geração. Com os iPads, criou uma funcionalidade que sequer existia e possibilitou o uso de inúmeros recursos multimídia ao toque de tela e sem a necessidade de mouse ou teclados físicos. Nos últimos tempos, a empresa também anunciou sua estratégia de focar outros nichos e abriu concorrência no mercado de streaming com o anúncio da Apple TV+. A estimativa, inclusive, é de que ultrapasse a gigante do setor, Netflix, em apenas um ano.
Queridinha dos brasileiros, fintech tem concentrado investimentos no aprimoramento do serviço
3. NUBANK
DIRETO NA DOR DO CLIENTE
Contas sem cobrança de taxas abusivas e inexistência de agência e de filas quilométricas. Essa é a promessa e a entrega do Nubank. Mais do que um cartão roxo, a fintech brasileira, premiada como a mais inovadora da América Latina pela revista americana Fast Company, também foi a única brasileira no ranking das mais promissoras no mundo divulgado em 2019. De acordo com a empresa, as três grandes inovações do Nubank se concentram no próprio modelo de negócio: no produto, na NuConta e no atendimento ao seu consumidor. “O Nubank surgiu de um incômodo diante da situação dos serviços financeiros no Brasil. Antes de a empresa ser criada, ter uma conta-corrente ou um cartão de crédito no Brasil era sinônimo de taxas abusivas, filas intermináveis e muito descontentamento. Na prática, o Nubank não criou nenhum produto novo, mas ressignificou a maneira como os brasileiros podem lidar com o dinheiro deles”, diz a empresa. Entre os recentes investimentos no aprimoramento do serviço, a empresa destaca o uso de design e data science para que os clientes possam gerir seus gastos em tempo real, ajustar seus limites, bloquear e desbloquear cartões e gerar boletos.
Serviço de streaming vem inovando para frear a concorrência
4. NETFLIX
UM CASO DE AMOR
Considerada umas das mais potentes produtoras de streaming da atualidade, a Netflix – que chegou ao Brasil em 2011 – se tornou case de inovação e favoritismo no País e colocou em dúvida o futuro das TVs a cabo. Além das séries e dos filmes originais, a empresa chamou atenção com o lançamento da primeira experiência de conteúdo interativo para adultos, o filme “Black Mirror: Bandersnatch”. O sucesso foi tanto que lhe rendeu um Emmy na categoria “Melhor Filme de Televisão”. Recentemente, incluiu novos recursos que melhoram a experiência dos assinantes, como o Smart Download.
A opção permite que o usuário possa baixar um episódio inédito de uma série automaticamente no aplicativo do celular e assistir mesmo no modo off-line. “Estamos constantemente aprimorando a experiência de nossos membros, criando as melhores histórias em qualquer lugar e conectando-as com o público em todo o mundo. Fornecemos ferramentas necessárias para encontrar o próximo show pelo qual vão se apaixonar, sem se preocuparem com barreiras geográficas ou de idioma”, explica a empresa.
“Projetos como “Magazine Você” e “Bob” colocam o Magalu na linha de frente das grandes varejistas
5. MAGAZINE LUIZA
TEORIA EM PRÁTICA
Com mais de mil lojas espalhadas pelo Brasil, as quais empregam cerca de 12 mil colaboradores, o Magazine Luiza se prepara para a era da digitalização do varejo brasileiro. O e‑commerce já representa 38% do total comercializado pela empresa e um dos segredos para o sucesso de vendas pode ser atribuído ao Luiza Labs, o centro de pesquisa e desenvolvimento do Magalu. Responsável por grandes projetos, entre eles o “Magazine Você” e o “Bob” – aplicação de Big Data responsável por todas as recomendações de produtos do magazineluiza.com – a estrutura entrega projetos em até três meses.
Daniel Cassiano, diretor do Luiza Labs, afirma que a importância da unidade de negócios vai além do desenvolvimento de soluções e impacta a cultura da empresa. “O Labs nasceu com a ideia de transformar o mindset da empresa. A nossa atuação aqui é muito pelo exemplo. Nunca fomos uma área de ‘palestrinha’”, comenta o executivo. Outra novidade anunciada recentemente é seu processo de seleção de startups com soluções digitais que ajudem a melhorar a experiência do cliente. Serão pré-selecionadas 20 para apresentarem seus serviços. Ao final, o Magazine Luiza deve escolher pelo menos 5 para contratação.
Albert Einstein se aliou a startups para fomentar o ecossistema de desenvolvimento em saúde
6. ALBERT EINSTEIN
INOVAÇÃO NO DNA
Em funcionamento há quase dois anos, a Eretz.Bio – incubadora de startups de saúde da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein – concentra os esforços em inovação da empresa. Com o objetivo de fomentar o ecossistema de desenvolvimento em saúde, a iniciativa traz oportunidade para a troca entre novos empreendedores. Além da incubadora, a companhia conta com o Centro de Inovação Tecnológica, uma estrutura dedicada ao fomento, à análise e ao apoio ao desenvolvimento de inovação, que estimula e coordena várias parcerias nessa área com universidades, centros de pesquisa e fornecedores. Entre os recursos empregados pela empresa, Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, reforça a telemedicina, o uso de dados e o machine learning para internação de pacientes.
“Algumas das sugestões dos colaboradores já estão sendo aplicadas na rotina do hospital, como modelos preditivos de escala do pronto atendimento, medidores de risco de reinternação e ajustes no aplicativo ‘Meu Einstein’, que é voltado aos pacientes. Existem mais de 30 projetos em andamento, em diferentes momentos de maturação”, completa.
Muito além do esporte, Nike ampliou suas ações para promover a igualdade no futebol
7. NIKE
ESPORTE INTELIGENTE
A Nike possui uma longa história que merece todo o seu reconhecimento mundial. Com o lançamento do Nike Adapt BB – modelo de tênis inteligente – a empresa conseguiu se destacar no cenário atual em meio às tecnologias. “Entendemos que o público está cada vez mais conectado e fortemente ligado às redes sociais e, por isso, temos adotado estratégias cada vez mais digitais para alcançar esse consumidor e inspirar uma nova geração de atletas”, explica Daniel Paz, diretor sênior de Marketing da Nike do Brasil. Sempre atenta ao universo esportivo, a empresa intensificou suas ações este ano, visando o desenvolvimento e a maior participação das mulheres no futebol em ano de Mundial de Futebol Feminino. Para as atletas de elite da Seleção Brasileira, ofereceu pela primeira vez um uniforme completo, pensado e desenvolvido especialmente para as jogadoras. As camisas 1 e 2 levaram a mensagem especial “Mulheres Guerreiras do Brasil”, como um ato de inspiração para vencer dentro e fora de campo. “A Nike é uma marca que está sempre em busca de inovação. Isso está presente em tudo o que fazemos, o tempo todo. Por conta disso, temos uma relação estreita com os atletas – a nossa fonte de inspiração e os maiores colaboradores no desenvolvimento dos produtos mais modernos”, ressalta Paz.
“Santander Pass” e “Santander One Pay” estão entre as iniciativas de transformações digitais do banco
8. SANTANDER
FINANÇAS VERDES
Ao longo dos anos, o Santander vem ampliando a sua qualidade de serviço. Buscando novas experiências, a instituição passou por uma série de transformações digitais com estratégias inovadoras para a indústria e o consumidor. Um dos destaques foi o lançamento do “Santander Pass”, que possibilita pagamentos por aproximação, utilizando o mesmo limite e senha do cartão convencional. Outra novidade que chegou ao mercado foi o “Santander One Pay”, que facilita as transferências internacionais com a ajuda do blockchain.
Multinacional brasileira segue a máxima do desenvolvimento sustentável, aliando seus processos a iniciativas inovadoras
9. NATURA
INOVAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Ao apostar no desenvolvimento sustentável com ingredientes da sociobiodiversidade brasileira, a Natura – maior empresa multinacional brasileira de cosméticos e beleza – se firma como uma das mais maduras em inovação. Com quatro áreas dedicadas a essa frente dentro da organização, com setores como produtos, logística, comercial e digital, transformar e pensar em novas soluções permite à marca seguir na vanguarda no mercado, como define Daniel Gonzaga, diretor de Inovação em Produtos da empresa. “A forma de trabalho também está mudando, influenciada pela cultura empresarial. Uma empresa mais ágil, menos hierárquica, que dá mais autonomia a cada colaborador e trabalha em células multifuncionais também faz parte dessa transformação. Uma organização que promove mais o senso empreendedor de seus colaboradores e, por isso, é também muito mais tolerante a erros e evoluções”, afirma o diretor. Entre as inovações, ele destaca o Laboratório de Desenvolvimento de Fórmulas da Natura na planta de Cajamar, em São Paulo, e a bioimpressora de pele 3D, com a qual a companhia produz pele artificial para testar produtos e ingredientes.
“O uso da inteligência virtual nas plataformas digitais da Natura também faz parte da nossa estratégia de inovação”, diz o executivo.
Novas tecnologias possibilitam que o consumidor tenha acesso a opções personalizadas
10. STARBUCKS
MAIS QUE UM CAFÉ
A Starbucks é uma inspiração para empreendedores de todo o mundo que investem constantemente em novas experiências para os clientes. A cafeteria recentemente lançou, em parceria com a Nestlé, uma nova linha de cafés “Starbucks At Home”, composta por 15 produtos. A novidade conta com blends icônicos da Starbucks – todos produzidos com café 100% arábica de alta qualidade, proveniente de cultivos ambientalmente responsáveis e total transparência econômica. Com o lançamento da linha, a marca desenvolveu uma gôndola inteligente com ativação de realidade aumentada. O aplicativo de AR é acessado por meio de um tablet disponível em espaços ambientados da cafeteria. Ao apontar o dispositivo para um marcador impresso no móvel, é projetado o holograma de um embaixador da marca, que apresenta um menu interativo com as opções de conteúdo adicionais. A novidade surge com o objetivo de ajudar as pessoas a conhecerem melhor os produtos e realizarem uma compra mais direcionada e adequada ao seu perfil. “Queremos que o consumidor tenha em mãos ali, no momento da compra, todas as informações necessárias para fazer uma escolha assertiva. Com as tecnologias, conseguimos ter cada vez mais dados para oferecer opções personalizadas para a pessoa ser atendida em suas necessidades”, afirma Erika Junqueira, head de Marketing da Starbucks.
INOVAÇÃO NÃO É TECNOLOGIA
Gerar valor. É assim que o físico, pesquisador e consultor em inovação sistemática Clemente Nobrega define o conceito e os resultados da inovação aplicada às empresas e às companhias ao redor do mundo. Confira:
Consumidor Moderno – O que se pode entender como inovação?
Clemente Nobrega – É a geração de dinheiro novo. São lucros e receitas que uma empresa ganha com algo que não fazia parte do processo de trabalho e, agora, passa a fazer. A maneira mais elegante de definir o conceito é que inovação seria a geração de valor novo. Se isso não acontece não é inovação, é novidade.
CM – Por que o conceito de inovação muitas vezes está atrelado ao termo tecnologia?
CN — Tecnologia não é inovação; é um facilitador dela. O GPS, por exemplo, estava disponível para todos e alguém chegou com imaginação para propor um arranjo novo para algo já existente para todo mundo.
“ESSA INQUIETAÇÃO DE NUNCA FICAR SATISFEITO COM O QUE TEM DADO CERTO É UMA DAS MAIORES QUALIDADES QUE UMA EMPRESA PODE TER. ISSO É INOVAÇÃO”
CM – Que tipo de iniciativas concentram maior inovação atualmente?
CN — Os chamados unicórnios, empresas e startups com valores de mercado de US$ 1 bilhão, como as fintechs, alcançam esses números e esse patamar de inovação. Raramente o produto final é aquilo que o empreendedor imaginou no início. As inovações geralmente começam com uma proposta, e o que dá certo é justamente uma variante no meio do planejamento e os testes que são feitos durante o percurso.
CM – Quais benefícios a inovação pode trazer para as empresas em relação aos stakeholders?
CN – Uma cultura de experimentação que também seja inovadora é a condição para uma empresa ser sustentável. É impossível você ter um negócio que atinja o sucesso de acordo com uma certa fórmula e que permaneça desta forma para sempre. A competição, hoje, faz com que as empresas possam curtir muito pouco as suas conquistas, pois precisam estar sempre em movimento. Essa inquietação de nunca ficar satisfeito com o que tem dado certo é uma das maiores qualidades que uma empresa pode ter. Isso é inovação.