Fernando Fagundes, especialista do Instituto da Transformação Digital — ITD (à dir.)
UMA NÃO VIVE SEM A OUTRA
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E CIBERSEGURANÇA TÊM RELAÇÃO DE INTERDEPENDÊNCIA. EMBORA ALGUMAS EMPRESAS NEGLIGENCIEM ISSO, É IMPORTANTE APRENDER COM QUEM FAZ CERTO
POR LEONARDO GUIMARÃES
A transformação digital das empresas já está acontecendo, há algum tempo. O esforço das empresas em abandonar processos e produtos analógicos considera alguns pilares, como cultura organizacional, experiência do cliente, ferramentas e segurança da informação. O Grupo Padrão organizou o Seminário de Transformação Digital e Cibersegurança para falar sobre a importância de tratar a segurança de dados como pilar fundamental da TD.
“No processo de transformação digital há captura de dados. Nesse sentido, você precisa ter responsabilidade. Daqui para frente, cada vez mais, qualquer vazamento de dados terá de ser respondido a algum órgão público”, alertou Jacques Meir, diretor de Conhecimento do Grupo Padrão, durante a abertura do evento.
Alexandre Maldonado, head de Contas Corporativas da Trend Micro (à dir.)
SEGURANÇA É COISA SÉRIA
As empresas podem até negligenciar o tratamento adequado de dados e seguir com o processo de transformação digital deixando a cibersegurança de lado, ficando expostas a ataques como ransomware e criptojacking, mas, certamente, o preço será cobrado. Se não por cibercriminosos, por consumidores, que estão cada vez mais vigilantes, ou por concorrentes que levantam a bandeira da transparência.
A experiência de Alexandre Maldonado, head de Contas Corporativas da Trend Micro, empresa de cibersegurança, diz que é comum empresas darem prioridade a “features visíveis para o cliente em detrimento da segurança de dados”.
Para Bruno Machado, diretor de Transformação Digital do UnitedHealth Group, o remédio é colocar “seguranças” em todas as áreas da empresa e fazer com que todas as iniciativas nasçam com soluções de segurança embarcadas. “A segurança precisa estar contemplada no design das soluções. O maior desafio é evoluir a tecnologia para melhorar a experiência do cliente, tendo a segurança como pilar fundamental”.
Claudio Benavente, head de Segurança da Informação da SKY
A LGPD NA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
A regulação é importante para as empresas que ainda não deram prioridade à integridade dos dados que coletam. A Lei Geral de Proteção de Dados vai causar uma mudança de comportamento nessas companhias. Afinal, é para isso que foi concebida. Das grandes às pequenas, todas precisam se adaptar à lei, que entra em vigor no segundo semestre do ano que vem.
A fintech Bom Pra Crédito entende que seu pequeno porte a ajuda no cumprimento da LGPD. “Começamos a organizar todo o processo da proteção de dados há um ano, independentemente da LGPD. Até pelo tipo de negócio que temos, que lida com dados sensíveis, a segurança faz parte do dia a dia”, contou Daniel Polistchuck. CIO da fintech, durante o evento.
Já no gigante Bradesco a ideia é centralizar a governança dos dados. “Temos estratégias bem definidas hoje. Gestões para determinados momentos de tratamento de dados, o que incluiu uma para acidente, outra para crise, entre outras. Antes, a governança era descentralizada”, explica Maria Teresa Tolu Brasil, gerente departamental da Segurança Corporativa do Bradesco.
“O maior desafio é evoluir a tecnologia para melhorar a experiência do cliente, tendo a segurança como pilar fundamental”